Cães e Gatos

Obesidade Canina
Um problema nos dias Modernos

Excesso de gordura pode dar origem a doenças de pele, ossos e mudança de comportamento.
Se esse é o caso do seu cão, faça-o malhar e entrar na dieta.

     Nas últimas décadas o relacionamento homem-cão principalmente nos grandes centros urbanos, tem se alterado consideravelmente. O motivo é, em grande parte, a presença mais intensa dos cães em apartamentos e residências de área restrita, forçando assim um convívio mais frequente, com participaçao, constante do animal nas atividades do lar.
     A família toma suas refeições sempre com a participação do cão. Um doce aqui, uma carne ali: "O queijo! Só um pedacinho? E o chocolate na Páscoa? Todos estão comendo e só esse pedacinho não vai fazer mal!" Pronto, estamos criando ou mantendo um obeso.
     Dentro do percentual de 40% de cães obsos que chegam às clinicas veterinárias, estima-se que 25% dos cães sofram de disfunções hormonais e 15% tenham a chamada "obesidade do stress", que ocorre por falta de atividade, por solidão e até por car~encia de atenção, o que leva o cão a consumir alimentos em excesso como forma de aliviar a tensão ( é o cão insaciável).
      Os proprietários de cães gordos geralmente tentam utilizar métodos de exercício forçado, como "longas caminhadas" que invariavelmente trarão resultados frustrantes. O dono se cansa de tanto andar e o cão não emagrece. A seguir surge a idéia de do uso de bicicletas ou automóveis para conduzir o cão. Resultado: algumas quedas, multas de trânsito e o obeso continua intacto. Cães gordos sob forte e prolongado exercício estão sugeitos a desenvolver problemas de coluna vertebral, articulares e até circulatórios fatais. Nosso cão obeso corre risco.

Perigos

     Várias complicações clínicas têm sido atribuídas à obesidade. dentre elas, destacam-se: Problemas locomotores ou articulares; dificuldade respiratória; problemas cardíacos congestivos e hipertensão; intolerância ao calor e ao exercício; aumento dos níveis de colesterol e triglicérides, doenças hepáticas; diminuiçao da eficiência reprodutiva e partos difíceis; maior incidência de problemas de pele e de tumores; menor resistência a doenças infecciosas, principalmente as virais; constipação e flatulência; aumento do risco anestésico e cirurgico; cegueira repentina; predisposiçao ao desenvolvimento de diabetes mellitus.
      Como o ganho de peso ocorre, gradativamente, e a obesidade não é vista como uma doença séria pela maioria das pessoas, sendo assim, o cão obeso, na maior parte das vezes só é levado ao veterinário, quando é acometido por uma dessas complicações médicas. O que fazer?

Exercícios inúteis

      A obesidade é um acúmulo excessivo de gordura corpórea, suficiente para prejudicar funções orgânicas, decorrente de uma forma de nutriçao equivocada. O erro pode se encontrar no consumo elevado de alimentos ou de ingredientes ricos em gorduras, carboidratos ou a associação de ambos.
      Frequentemente, a obesidade leva os cães a apresentarem alterações graves de pele, pêlo, otites, problemas ósseos, disfunções reprodutivas (principalmente fêmeas), além de modificar o comportamento do animal tornando-o lerdo, sonolento. em muitas situações, ela deve ser considerada como doença que requer cuidados especiais, "específicos para a espécie".
      Os exercícios físicos para humanos, se bem conduzidos, surtem efeito rápido, principalmente pela facilidade que o homem tem de perder calorias quando transpira. Mas, você já viu algum cachorro todo suado? Claro que não. Os cães possuem poucas glândulas sudoríparas, portanto, perdem peso somente após exercícios extremamente prolongados e  exaustivos. A atividade física será, então apenas complemento de um regime.

Quando o cão está obeso?

     Veja na tabela abaixo uma lista de pesos ideais para cães adultos de algumas raças definidas. Valores superiores aos mencionados aqui indicam excesso de peso.

     Em cães sem raça definida a avaliação se torna difícil. Ela podera ser feita pelo médico veterinário através da medição da espessura da gordura subcultãnea, por método ultrasonográfico ou avaliação por palpação de gordura da caixa torácica como medida menos precisa, porém prática.

Tratamento

     Como a obesidade pode ser conseqüência de fatores diversos da alimentação, ou até mesmo por alterações endócrinas, todo início de regime deve começar com um check-up, com provas hematológicas, bioqumicas´e cardiológicas.
      A partir dos resultados obtidos nessas provas o clínico poderá, com mais segurança, montar um programa alimentar com balanço energético negativo (o cão irá perder mais energia do que estará recebendo por meio de alimentos).
      O programa para perda de peso deverá contar sempre com a colaboração dos proprietários. Às vezes, eles não conseguem viabilizar uma dieta com resultados significativos. Neste caso, se a obesidade representar risco sério à saúde do animal, será necessária uma internação para realizar regime monitorado.

Perigo à vista

      Restrições alimentares drásticas, envolvendo jejum, precisam ser planejadas de acordo com uma regra básica da nutriçao: o animal obeso deve perder energia acumulada sem ser privado de nutrientes essenciais à dieta, como vitaminas, minerais, aminoácidos eágua, que t~em de ser fornecidos diariamente em quantidades  suficientes para a manutenção da saúde do animal.
      Reduções de até 4% de peso por semana não oferecem riscos à saúde do animal. Nos dias atuais as dietas são feitas a base de rações light e até mesmo terapêuticas, pois elas contém todos os nutrientes necessários de forma balanceada.

Regras básicas para um regime

Identificar as causas da obsidade (podem não ser nutricionais)
Fazer avaliação bioquímica, cardiológica e hematológica
Fixar um peso ideal ( meta a ser atingida)
Determinar a dieta
Controlar os resultados (retornar ao veterinário para avaliação periódica)
Dieta de manutenção quando atingir o peso ideal
Controlar resultados da dieta de manutenção em retornos à clínica
Estipular programas de exercícios de pelo menos 30 minutos de duração, 4 a 6 vezes por semana, baseados no estado físico do animal e de quem o acompanhará.

Procure sempre a orientação do médico veterinário!!!

                                Marcelle



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